quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CANTIGA PROLETÁRIA

Pá e picareta,
Suor e carvão.
Se vive e se morre,
Debaixo do chão.

Na conversa entre amigos
Nos bancos da praça,
Se bebe e se ri
Só de pirraça.

Apesar do cansaço
E das mãos cheias de calo,
No fim da tarde corrias
Pra ver brigas de galo.

A cachaça de sempre
No bar da esquina.
No corpo alquebrado,
Uma herança da mina.

Dinamite com pólvora
Parecia uma guerra
Extrair o carvão
Das entranhas da terra.

Esmagados por pedras
E de dores gemendo,
Foram tantos os amigos
Que já viste morrendo...

A luta por salário
Lá no teu sindicato...
A polícia chegava
E tu corrias pro mato!

Não esqueça teus sonhos
Eles sempre são nobres.
A polícia é dos ricos
E só bate nos pobres.

E o padre dizia:
Morrerão na fornalha,
Os lacaios dos ricos,
E essa elite canalha!

Mas um dia virá
Que deixarás de sofrer.
Um homem do povo
Chegará ao poder...

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