sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VENTO SUL


Minhas lembranças vão surgindo lentamente.
Primeiro uma, depois outra...e são tantas...
E são todas trazidas, muito provavelmente,
Pelos ventos gelados que vem dos pampas!

E esse vento parece soprar nos meus ouvidos
Coisas bem guardadas nos porões da memória.
Remexe na infância, adolescência, tempos idos
Que hoje fazem parte da minha velha história!

Relembro as ruas de casas de madeiras antigas,
Das estradas revestidas com peritas de carvão,
Das solas dos meus pés queimando, doloridas,
Por andar correndo, sobre elas, de pés no chão!

Das partidas de futebol que eram disputadas
No fim da tarde, lá no pasto do seu Zé Lino.
Ah! que saudades das brincadeiras animadas
Dos alegres tempos em que eu era menino...

De brincar de escorregar nos montes da região
Que chamávamos, na época, de ponta da pedra.
Eram montanhas enormes de rejeitos de carvão,
A energia do Brasil... sonho que já não medra!

Lembro-me dos personagens do boi de mamão:
O toureiro, o médico, o urubu e a nega mariana.
E dos meus pais, sempre me estendendo a mão,
Para ajudar-me na travessia dessa vida insana!

Que saudades das briguinhas com meus irmãos,
Dos avós que se foram, dos primos que não vejo,
Dos amigos que tive e que eram como bênçãos.
Voltar ao tempo... sonhar... é só isso que desejo!

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